Diminuir a calibragem é o segredo para sair da areia
28/12/2019 Blog
Estando sozinho ou acompanhado, não desista do seu carro quando ele estiver atolado, há salvação
O desespero é uma das sensações que primeiro aparece quando o motorista, principalmente os de primeira viagem, percebe-se atolado na areia. Embora seja involuntário esse sentimento, é melhor conter qualquer ato de exagero e manter a calma.
Por isso, logo ao reparar que o veículo não está andando, não continue acelerando ou forçando o carro a continuar. Da mesma forma que uma areia movediça, quanto mais rápido o automóvel se mexe, mais rápido ele irá afundar.
Assim, a primeira decisão a ser tomada é desligar o automóvel e reduzir a calibragem de cada um dos pneus atolados. Isso acontece para aumentar a área de contato e, consequentemente, facilitar a sua saída. “Devo baixar para quanto se eu não tenho calibrador? É só ficar olhando para o pneu e diminuir até ser criado um ´bucho´ lateral”, explica o proprietário do Sertões Off Road, Cláudio Holanda, também conhecido pelo codinome Cláudio Toyota.
Depois, é só retornar ao volante e tentar retirar o carro lentamente, lembrando que se puser velocidade pode cavar até encostar a parte inferior no chão. “De preferência, se houver alguém disponível para um empurrãozinho, facilita, ajuda muito. Em carro pequeno, qualquer empurro que der, já é muita coisa”, orienta.
Lembrando que deve ser literalmente um empurro, cuidando para não suspender o veículo. Senão, a roda fica suspensa e não tem tração.
Uma dica para, caso não haja ajuda de muitas pessoas, evitar que o pneu cave ao manobrar a sua saída é colocando uma tábua ou o próprio tapete do carro atrás do pneu para, quando estiver dando ré, por exemplo, subir no objeto.
Outro detalhe é a embreagem. “É preciso ter muito cuidado para não forçar a embreagem, porque tem gente que fica com meio pedal e acelerando. Você tem que sentir o carro, soltar devagar e acelerar aos poucos. Se ele sair, não adianta calçar a embreagem porque isso pode queimá-la”, avisa.
O segredo é saber administrar calibragem e baixa velocidade. Além disso, combinada com alguém dando uma força, atolar será apenas uma história engraçada a se contar aos amigos e não uma dor de cabeça.
Coberto de areia
Caso haja insistência por parte do motorista e o carro venha a encostar no chão, a situação fica mais complicada, porém ainda há solução.
Nessa situação, deve-se cavar uma área da areia com a mão, por exemplo, para encaixar o macaco. Para mantê-lo firme, é preciso calça-lo com algum objeto, como uma tábua ou o tapete do automóvel. Em seguida, suspenda o veículo. Depois, faz o mesmo procedimento no outro lado. “Ele faz o trabalho de balançar para suspender o veículo”, resume. Caso não saiba usar ou até onde se localiza no carro o macaco, Cláudio explica no vídeo feito especialmente para o caderno AUTO.
Para desgrudar a parte de baixo outra orientação é balançar o automóvel. “Se estiver sozinho ou com outra pessoa, deixe o pneu bem barrigudinho e começar a balançar. O pneu vai subindo e a areia vai caindo para embaixo dele. Como a calibragem já está boa para a areia, pode ser que consiga sair assim”, acrescenta.
Se o cenário mudar da areia fofa para uma lama, é preciso ter um pouco mais de cautela e mais auxílio à disposição. Nesses casos, só com ajuda de reboque.
Carro baixo
Depois de sair do sufoco, ou melhor, da areia, não se pode esquecer que o pneu está com uma calibragem menor.
Até encontrar um posto de gasolina para voltar as libras recomendadas nos pneus, há precauções: deve-se andar devagar, não ultrapassando os 40km/h, para não aquecer demais e correr o risco de desembeçar (soltar do aro). Também não é recomendado fazer curvas de forma brusca. Como medida de prevenção, pode-se comprar alguns utensílios, como um spray que enche e até remenda o pneu. O preço é cerca de R$ 35,00. Há também um compressor, ligado ao acendedor de cigarro que faz o serviço de calibragem. O valor é de R$ 60,00 a R$ 150,00.
Não caia nessa
Faça reconhecimento de terreno antes de aventurar colocar o seu carro. Lembre-se que os 4×4 não estão imune a atolar. “Se você pegar um 4×4 com pneu cheio, ele fica pior do que qualquer 4×2. Ele é mais pesado e enterra os quatro. Para sair só com outro carro puxando”, enfatiza.
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