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Saída da Ford não terá muito impacto na cadeia produtiva, avalia especialista


18/01/2021 Facebook Twitter LinkedIn Google+ Blog



Executivo Marcelo Martini acredita que a demanda das outras montadoras vai ser capaz de cobrir a perda das fábricas da marca americana

Linha de produção da Ford na fábrica de Camaçari (BA), onde deixaram de ser produzidos os modelos Ka, Ka Sedan e EcoSport
O anúncio feito pela Ford nesta semana de que a empresa irá fechar ainda este ano todas as suas fábricas no Brasil chocou o país e marcou o encerramento de uma história de 101 anos. As centrais sindicais estimam que mais de 50 mil empregos serão direta e indiretamente afetados pelo encerramento da produção em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE).

Mas na avaliação de Marcelo Martini, gestor da divisão automotiva da multinacional de lubrificantes Fuchs, apesar do impacto com o fechamento de postos de trabalho, a cadeia automotiva brasileira como um todo ainda tem força para suportar o choque do fechamento das fábricas da Ford .

“A Ford já estava dando sinais de que iria sair do Brasil. Os fornecedores pequenos, que muitas vezes dependiam apenas dela, são os que vão sofrer mais [com o fechamento das fábricas]. Mas no caso dos fornecedores maiores, a médio e longo prazo a demanda de outras montadoras vai acabar compensando o fim dos pedidos da marca americana”, avaliou Martini.

Em comunicado divulgado na última segunda-feira (11), a montadora americana citou fatores como a queda nas vendas e o aumento na capacidade ociosa das suas fábricas para justificar a decisão de interromper imediatamente a produção de veículos Ford, mantendo por mais alguns meses apenas a produção de peças em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), e a fabricação do jipe Troller T4 até o final de 2021 em Horizonte (CE).

Na opinião do executivo, além da alta carga tributária, que afeta toda a cadeia automobilística e faz com que o carro fique mais caro para produzir e se torne ainda mais caro para o consumidor, outro fator que certamente contribuiu para essa decisão foi a necessidade de capitalização das matrizes.

“Essa reestruturação da Ford tem a ver com a necessidade dos fabricantes de investirem no projeto e construção de carros cada vez mais tecnológicos, o que tem exigido o encerramento de operações menos rentáveis. Certamente deve ter outras montadoras olhando toda essa movimentação, principalmente aquelas com fábricas de baixo volume de produção”, completou.

Ainda segundo o executivo, a expectativa para a Fuchs é de fechar o ano de 2021 com um crescimento de dois dígitos. “Mesmo que sejam implantadas novas medidas de restrição por conta da pandemia, acredito que a indústria aprendeu a conviver com ela e o mercado ficará mais estável, sem a puxada de freio de mão que tivemos no ano passado”, completou.

Por Evandro Enoshita |
Fonte: undefined – iG

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