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Renault confirma inédito SUV médio para encarar Jeep Compass na América Latina


15/01/2021 Facebook Twitter LinkedIn Google+ Blog



Plano de reestruturação da marca adianta que irá focar em segmentos mais lucrativos na região
O Grupo Renault passa por uma grande reestruturação. Depois de comentar em 2020 que iria rever suas estratégias, a empresa finalmente divulga o plano Renaulution, redefinindo o posicionamento de Renault, Dacia, Alpine e Lada. E isso envolverá toda a América Latina, considerada um mercado importante, passando por uma otimização com foco nos segmentos mais lucrativos, além de reduzir os custos de produção.

A apresentação do Renaulution foi mais focada no plano global e posicionamento de cada uma das marcas. Como esperado, a Dacia continuará a ser posicionada como a opção de baixo custo para a Europa, mas subindo um pouco para oferecer alguns produtos no segmento C com modelos mais acessíveis. No caso da Renault, ela será uma marca “modern mainstream”, oferecendo carros mais caros, sofisticados e modernos.

Mundialmente, o plano é que a Renault ofereça híbridos e elétricos o suficiente para que 35% de seus modelos vendidos em 2025 sejam híbridos. Outro foco será no segmento C, por ser mais lucrativo. A estratégia prevê o lançamento de 5 modelos nesta categoria até 2025, sendo que um deles é para os mercados emergentes. Enquanto isso, irá manter sua posição no segmento B com três novas ofertas até 2022 nos países emergentes e mais duas para a Europa.

Há um detalhe interessante na apresentação, por não mostrar um modelo no segmento A até 2025. Isso pode ser um indicativo de que a marca irá abandonar o Kwid no futuro sem uma nova geração. O subcompacto só aparece como parte dos planos da Dacia, na forma do Dacia Spring, que nada mais é do que o Kwid elétrico para o mercado europeu. Teremos que esperar a divugação de planos específicos para os países emergentes para ter certeza.

A reestruturação mira na falta de consistência no posicionamento da Renault em diferentes mercados. Um exemplo dado pela fabricante está na imagem acima, mostrando como a divisão na França está muito mais próxima da média de preços do mercado, enquanto no Brasil ela está abaixo. Além disso, a marca tem 68% de suas vendas concentradas no segmento B, contra 20% do segmento C. E isso é um problema, pois a estimativa é que o segmento C gerou uma média de 34 bilhões de euros de lucro anual entre 2015 e 2019, contra 13 bilhões de euros da categoria abaixo.

Em maio do ano passado, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi divulgou uma estratégia de sinergia entre as marcas, adiantando o destino da produção no Brasil. Renault e Nissan irão compartilhar as fábricas de Resende (RJ) e São José dos Pinhais (PR), sendo que uma irá produzir hatchbacks e outra SUVs. A linha das duas empresas será composta por 7 modelos, sendo dois da Nissan e cinco da Renault, todos com a mesma plataforma CMF-B.

Esta nova estratégia de sinergia determina que a Renault tomará a liderança no segmento B e a Nissan fará modelos derivados, enquanto no segmento C acontecerá o contrário, com desenvolvimento Nissan e a Renault aproveitando para ter seu próprio modelo. Embora não tenha confirmado, o mesmo deve acontecer com motorizações, para reduzir os custos de produção. A expectativa é que cerca de 50% dos modelos feitos por Renault e Nissan sigam esta fórmula.

Um deles modelos será um novo SUV para o segmento médio, este desenvolvido pela Dacia. Apesar das declarações anteriores de que a Renault não iria mais apenas colocar seu logo em modelos feitos pela Dacia, isso parece ter mudado. Durante a apresentação, o presidente do Grupo Renault, Luca Di Meo, falou do Dacia Bigster, conceito que antecipa um crossover acima do Duster para os próximos anos. Isso significa que este novo SUV teria porte para encarar modelos como Jeep Compass e os futuros Volkswagen Taos e Toyota Corolla Cross.

“Este carro também será usado na base internacional como uma versão Renault. Isso é muito importante dizer pois irá suportar o reposicionamento para cima da Renault. Pense em América Latina e etc. Como disse na apresentação, em alguns casos estamos muito baixo no mercado, nós merecemos mais, merecemos estar no centro do mercado. Então usaremos essa base, feita primeiro pela Dacia.”

E como isso afetará os modelos atuais? A próxima geração de Renault Sandero e Logan já utilizarão a plataforma CMF-B, como aconteceu com a versão vendida na Europa. Também veremos uma mudança para o Duster em breve, com o adiantamento da próxima geração justamente para que possa ser eletrificado e usar esta arquitetura.

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