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Peugeot 208 Active Pack: Prós e Contras


04/01/2021 Facebook Twitter LinkedIn Google+ Blog



Por R$ 84.490, versão funciona quase como um pacote opcional para a variante básica. Vale pagar a diferença?
Visto como um divisor de águas da Peugeot no Brasil, o novo 208 causou polêmica ao estrear em nosso mercado com o velho motor 1.6 ao invés de trazer o novo 1.2 turbo de 130 cv, e ainda assim chegar mais caro do que os principais concorrentes. Em contrapartida, o fato de ser um projeto atual, com uma nova plataforma e um design atraente, pode fazer a balança pender para seu lado.

Se a versão topo de linha Griffe ficou cara demais, o 208 Active Pack é uma opção para quem quer fugir do básico. Porém, compensa pagar a diferença para o 208 Active “normal” só para ter alguns itens a mais? Ou é melhor passar para a versão Allure de uma vez? Veja os prós e contras:

Andar no 208 é uma delícia pelo ajuste da suspensão. É suave em todos os momentos, mas sem parecer mole, não mostrando nenhum desconforto na maioria das situações. É preciso encarar um buraco muito profundo ou uma valeta bem exigente para que o solavanco tenha um efeito mais forte dentro da cabine. Junte isso ao isolamento bem feito, que deixa o ruído e as vibrações de fora, e sua vida a bordo será bastante agradável.

O foco no conforto poderia ter impacto na esportividade. Não é o caso aqui, pois o 208 continua a ser muito bom para guiar. A posição de dirigir é uma das melhores do segmento, mais baixa porém sem te afundar atrás do painel. O volante pequeno é algo do tipo ame ou odeie. No meu caso, como sempre gostei dele desde o 208 anterior: contribui para o prazer ao dirigir, com boa resposta e fácil de girar.

Como as fotos acima mostram, o 208 Active Pack que testamos veio na cor prata, que não destaca o design do carro. Ainda assim, bastava parar em algum lugar para as pessoas olharem e perguntarem sobre o compacto, comentando como gostam do desenho. E ele realmente impressiona, principalmente quando as luzes diurnas em forma de presas estão ligadas. Não é à toa que este desenho virou a identidade atual da empresa, sendo levado para todos os outros modelos.

Continua atraente do lado de dentro. O acabamento com imitação de fibra de carbono é de bom gosto e ajuda a disfarçar bem as peças de plástico rígido. O interior é clean, com poucos botões, e a maioria deles está concentrada logo abaixo das entradas de ar, imitando o desenho de tecla de piano que existia desde o 3008 pré-reestilização.

O motor 1.6 aspirado da PSA não combina com o novo 208 – tanto que precisou de adaptações para fazê-lo caber no cofre de um projeto pensado para os novos blocos de 3 cilindros. No lugar do esperado 1.2 turbo europeu, temos esse 1.6 que remonta ao primeiro 206, lançado há 22 anos no Brasil. De fato, trata-se de uma atualização do antigo TU5JP, que passou por diversas modificações desde então.

Isso não muda o fato de que é um motor antigo e que, ao contrário do que aconteceu na evolução para o EC5TP4 quando o 208 chegou ao Brasil em 2012, a nova geração não veio com uma nova atualização. Havia espaço para mudanças, como adicionar duplo comando variável – como a Hyundai fez com o 1.6 do HB20.

Isso significa que é ruim? Bem, o fato é que ele não acompanha os rivais. Exige um pouco mais de trabalho nas retomadas e acelerações, com mais controle da transmissão para aproveitar melhor o desempenho e manter o motor em rotação alta. Também não é dos mais econômicos, embora tenha melhorado comparado com a geração anterior, fazendo 7,5 km/litro na cidade e 11,7 km/litro na estrada.

Cada ano que passa as centrais multimídias ganham uma novidade para que fiquem mais fáceis de ser utilizadas. Só que esse não foi o caso no 208, que manteve o sistema usado no modelo anterior. Isso é bom em alguns pontos, por contar com Android Auto e Apple CarPlay e ter uma resposta rápida. E é ruim por repetir alguns erros bobos que incomodam no longo prazo. Por exemplo, a conectividade com celulares é só por cabo e ele precisa estar plugado no USB do lado da tela, deixando o fio pendurado. E isso numa época em que alguns rivais já tem este sistema via Bluetooth.

Outro problema que incomoda é o ar-condicionado integrado à multimídia. Se estamos usando o Android Auto e Apple CarPlay, é necessário sair da tela, mexer na temperatura, voltar para o menu principal e escolher de novo para entrar na tela da conectividade. Isso aumenta muito a quantidade de passos, distraindo o motorista do trânsito.

Ao adotar a plataforma modular CMP, o novo 208 ficou 80 milímetros maior, alcançando os 4,055 metros de comprimento. Mas também ficou 3 mm menor no entre-eixos (agora de 2,538 m) e a capacidade do porta-malas caiu dos 305 litros para 285 litros. Ou seja, além de ter menos espaço para bagagens, ainda está mais apertado para quem vai no banco traseiro. É possível apertar 3 pessoas na segunda fileira, mas com grande desconforto.

A Peugeot pode até argumentar sobre o custo-benefício do 208 comparado aos rivais por causa dos equipamentos. O problema da versão Active Pack é que ela não faz sentido por custar muito para o que oferece. A configuração Active custa R$ 74.990 e já traz uma lista bem interessante de equipamentos, com iluminação diurna em LED, rodas de liga leve de 16″, ar-condicionado digital, 4 airbags, controle de estabilidade e tração, direção elétrica e central multimídia de 7″ com Android Auto e Apple CarPlay. Isso por R$ 77.990.

No caso do Active Pack, o hatch custa R$ 84.490, o que são R$ 6.500 a mais apenas para adicionar o ar-condicionado automático, câmera de ré e o teto panorâmico. É um valor alto por apenas esses 3 itens. Neste caso, é melhor colocar mais um pouco e levar o 208 Allure por R$ 90.990, pois adiciona itens como painel de instrumentos digital, chave presencial, 6 airbags, carregador de celular por indução, bancos e volante em couro e rodas de 16″ diamantadas. A diferença sobe para R$ 13.000, mas o carro fica bem mais completo.

Ficha técnica: Peugeot 208 Active Pack 2021
MOTOR dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.587 cm3, comando variável na admissão, flex
POTÊNCIA/TORQUE 115/118 cv a 5.750; 15,5 kgfm a 4.750 rpm (E) 15,4 kgfm a 4.000 rpm (G)
TRANSMISSÃO câmbio automático de 6 marchas, tração dianteira
SUSPENSÃO independente McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira
RODAS E PNEUS liga leve aro 16″ com pneus 195/55 R16
FREIOS discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP
PESO 1.178 kg em ordem de marcha
DIMENSÕES comprimento 4.055 mm, largura 1.738 mm, altura 1.453 mm, entre-eixos 2.538 mm
CAPACIDADES tanque 47 litros; porta-malas 265 litros
PREÇO R$ 84.490
MEDIÇÕES MOTOR1 BR (etanol)
Peugeot 208 1.6 AT6
Aceleração
0 a 60 km/h 5,3 s
0 a 80 km/h 8,3 s
0 a 100 km/h 12,0 s
Retomada
40 a 100 km/h em D 8,9 s
80 a 120 km/h em D 9,1 s
Frenagem
100 km/h a 0 39,0 m
80 km/h a 0 25,4 m
60 km/h a 0 14,8 m
Consumo
Ciclo cidade 7,5 km/litro
Ciclo estrada 11,7 km/litro

Por: Nicolas Tavares

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